segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A felicidade que não era clandestina

Realmente não me parece que a felicidade seja clandestina, Ela não me soa errada ou mentirosa, tampouco como uma máscara. Deve ser porque sou à favor dos sentimentos legítimos. Aqueles que são instintivos, que não precisam ser ensaiados. Estou feliz porque não tem nada que me deixe triste, ora bolas!

Essa história de que a angústia é natural do homem, que o medo e a tristeza estão incutidos na alma... mais me parece balela. Antes de reclamarem vou me explicar: esses sentimentos precisam de algum acontecimento para que brotem, eles não nascem do nada!
No entanto, me ocorreu agora uma justificativa muito aceitável. Veja bem, se todos somos diferentes, felicidade e a tranqüilidade que para mim são nada mais que naturais, podem ser "clandestinos" na alma de alguém que tenha a angustia e a melancolia, ou seus semelhantes, como natureza.

Ainda assim, como pode alguém lutar tanto contra a felicidade? Uma vez me acusaram de estar "sempre feliz". Não é verdade, óbvio, mas também percebo que meus sentimentos são um tanto quanto voláteis, às vezes. Sou sucetível as variações do ambiente. Os sentimentos me dominam sem que eu perceba, mas são passageiros. Chegam, me enchem, transbordam e saem.

(Nesse momento leio o que escrevi sinto um pouco de raiva de mim mesma. Como eu posso ser uma pessoa tão bem resolvida?! Como o mundo é injusto e como eu sou egoísta!)

Eu sinto a obrigação de esclarecer uma coisa. A minha vida não é um campo de margaridas. Eu simplesmente não vejo graça na monotonía da infelicidade. Não é interessante ficar sofrendo, pensando no talvez e no se. Gosto do pensamento da tristeza fulgás. Não me atrai a pura e simples beleza da melancolia.

Assim, me parece que a infelicidade tem um propósito nobre: ela cria o incômodo. E aí que está minha inexplicável alegria. AMO as batalhas, principalmente quando o oponente não percebe nossos movimentos (e não falo de covardia). AMO as disputas da sociedade, do amor, dos valores, das pessoas e dos interesses. Me fascina a competitividade. E como o mundo é, em sua essência, uma competição (o que para muitos é a fonte da angústia), eu sou feliz.

E talvez eu pareça cruel também...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Uma vez me disseram que eu era muito boa em ser eu mesma.
        É, eu sou.
É fácil ser para os outros.
O problema começa quando eu tenho que ser para mim

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Ressentimento

O tempo passa e eu nem percebo, chove e eu não me importo. Faz calor, faz frio, mas eu não sinto nada... porque você não está mais aqui. Como foi que eu cheguei em casa? O que aconteceu na semana? Não sei. Não vi.
Vazio, é o que eu poderia dizer. No entanto, tem um restinho de sentimento por aqui ainda. Ressentimento. Uma raiva triste, uma sensação de perda, um carinho esquecido. Por que eu te deixei ir? Por que eu nunca te deixei entrar?
Sinto muito, não foi bom enquanto durou.
( E olha que durou pouco)

sábado, 4 de setembro de 2010

Lá, nunca aqui.

Às vezes, quando eu tenho tempo, gosto de ficar imaginando nós dois. Juntos. Sem palavras. O único som é o de nossa respiração. Da cama, a única lembrança do mundo lá fora é a vista da chuva que bate na janela. Nessas horas tudo faz sentindo, tudo se encaixa, tudo reluz.
Na minha imaginação, a gente não tem hora, o tempo não passa, só a chuva cai. As palavras não precisam ser ditas, elas estão ali, nos seus olhos. E nos meus. Os sentimentos não precisam ser declarados, nem por músicas, nem por versos.
Vejo nossas mãos entrelaçadas. Gosto só de observar. Sinto seu coração, que eu queria tanto que fosse meu, bater. Enquanto isso, a chuva cai, o tempo não passa. Somos só eu e você. Lá, nunca aqui.

sábado, 14 de agosto de 2010

I don´t need you now...

- Oi, meu amor. O que você estava escrevendo?
- Hã? Ah... nada não...
- Ah, que isso! Deixa eu ver, vai!
- Não, João.
- Ah deixa, amor. Por favor!
- Não poxa!
- Por que não?
- Porque você não se importa.
- Claro que me importo! Me importo com tudo que você faz, meu benzinho.
- Ah. Tá bem. Olha.
- Hum...
- Eu disse que você nao ia gostar.
- Não, que isso. Eu gostei. Gostei muito, meu amor, principalmente na parte que você descreve o dia de hoje e tal...
- É um diário, João.
- Huhum. Gostei também da parte que você fala dos seus sentimentos. Realmente muito profundo tudo o que você escreveu. Muito bonito!
- Eu... Eu tô falando mal de você, João.
- É? hum...Nem parece. É mesmo, minha linda?
- É, João.
- Mas é lindo, meu amor! Eu te amo!
- Tchau João.

domingo, 8 de agosto de 2010

Afogada

A vida está me atropelando. Tenho tanto pra dizer, tanto pra fazer, tanto sobre o que escrever... Mas finjo preferir gastar meu tempo com coisas que não tem a menor importância.
E o pior: várias vezes eu não me reconheço. Eu não era assim. Não sei bem o que mudou, nem sei bem quando, mas acho que estou é me escondendo de mim. Fechada. Trancada. Escondida. Morrendo de medo de fazer tudo que posso e ver tudo de cabeça pra baixo como deve ser.
Ah! Eu me irrito e me escondo entre a linha divisora do fútil e do necessário. Eu sei. Não vou aguentar muito tempo sem ME aprofundar. Eu sei. Também tenho quase certeza do que vou achar, mas não está na hora. Ainda.

Alguém mais sente que a Roda está girando? Ou será que imagino de mais?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Resta mais um

Tem acontecido com mais freqüência nesses tempos. Às vezes eu sinto uma vontade louca de dizer "eu te amo". Passa por cada célula do meu corpo, vindo sempre dos pés à cabeça. Mas quando chega à boca a voz falha, eu mordo a língua, engulo as palavras. Um segundinho a mais e escapava dos meus lábios.
Na verdade eu me revolto internamente com essa minha covardia. Não há nada que me impeça de dizer... Mas essas palavras me parecem tão forçadas, tão fingidas e ensaiadas. E ainda assim eu sei, por mais que eu odeie admitir, que o sentimento é verdadeiro e que existe sim (!) esse negócio de amar.
É, parece que não consegui sustentar minha idéia original de que em algum ponto a paixão se separa da amizade, que se separa da família. Acabei por descobrir que, na verdade, todas essas formas de bem-querer são o próprio amor disfarçado e escondido de mim por ninguém mais, ninguém menos que eu mesma! Tudo culpa desse medo monumental que eu tenho.
O pior de tudo é que não vejo nenhuma explicação para isso. De onde veio?
Ainda falta descobrir...